Festas e jovens estão sempre envoltos dessa bebida, e é aí que em muitos casos, um adolescente, um pai de família ou até mesmo uma filha querida se torna alcoólatra. Mas essas drogas são procuradas pelas alucinações que promovem, ou seja, uma fuga da realidade. Como consequência disso, as chances de overdose aumentam, o prejuízo financeiro cresce e os danos ao cérebro são ampliados. Os danos aos neurônios causam lentidão nas reações, além de doenças psicológicas graves. Facilita a ocorrência de depressão, psicoses e esquizofrenia. Nos primeiros usos o indivíduo pode até não se dar conta, mas, gradativamente, ele está matando neurônios.
Nicotina, a porta de entrada Artigo
Após uma injecção intravenosa de heroína, os usuários relatam sentir uma onda de alegria, acompanhado de boca seca, um rubor quente na pele, sensação de peso das extremidades e funcionamento mental lento. Seguindo essa euforia inicial, o usuário passa para um estado mental em que ele se sente acordado e sonolento ao mesmo tempo. Como nós temos receptores opióides no nosso tronco cerebral, o principal centro de controle do corpo, uma overdose de heroína pode retardar e até mesmo parar a respiração de uma pessoa. Como você deve imaginar, isso pode causar danos cerebrais, coma ou até mesmo a morte. Segundo a OMS, quase 3% da população brasileira acima de 15 anos de idade é considerada alcoólatra.
Caçador de cocaína
Tomar um sorvete em um dia quente, por exemplo, pode diminuir a sensação de calor e, por isso, ser prazeroso. A cocaína entra na corrente sanguínea e penetra no cérebro em questão de segundos. Chegando lá, o cérebro estabelece um intenso sentimento de euforia – a sensação de estar chapado ou alto – causado pela sobrecarga de dopamina, psicoativo da cocaína. A sensação de prazer é tão forte que alguns animais de laboratório chegam a trocam comida por cocaína.
Saiba o que fazer em casos de intoxicação
A busca pelo prazer é uma característica primitiva que ajudou na sobrevivência da espécie humana até aqui. Também foi a responsável por motivar nossos ancestrais a saírem de suas cavernas em busca de alimento e reprodução. Conforme o órgão, os resultados foram obtidos a partir de operações direcionadas para o combate ao tráfico de drogas que foram responsáveis pelas ocorrências com apreensão de grandes volumes. Quase 1,8 tonelada de drogas foi apreendida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em todo o estado do Ceará nos primeiros seis meses deste ano nas rodovias federais do estado. O número supera o total do ano de 2023, quando 794 kg de entorpecentes foram capturados. Drauzio – Na verdade, o cérebro acha que tudo o que dá prazer é bom para o organismo.
Para o estudo, a equipe de cientistas recrutou vinte voluntários saudáveis que já tiveram experiências com a droga anteriormente – critério importante para saber que o indivíduo não teria problemas de saúde após seu uso. Além disso, colocar em um scanner cerebral uma pessoa sob efeito alucinógeno que nunca experimentou o LSD anteriormente poderia gerar episódios de ansiedade e claustrofobia. Então enquanto os voluntários que receberam a dosagem de LSD tinham seus cérebros escaneados, as máquinas registravam as alterações no órgão – e os resultados foram comparados com os relatos da “viagem” feitos pelos usuários em seguida. Ronaldo Laranjeira – A pessoa vai ficando tolerante aos efeitos da cocaína, fenômeno que acontece com todas as drogas. Na primeira vez, como o cérebro não está acostumado, o impacto de prazer é mais imediato e tende a durar mais.
O outro grupo é formado por pessoas nas quais se estabelece uma relação complexa entre maconha e doenças mentais como psicose e depressão. O que se sabe é que ela piora os sintomas de qualquer uma delas, seja ansiedade ou esquizofrenia. As recompensas naturais – como aquelas obtidas com alimentos saborosos e o sexo – também estão ligadas à dopamina, mas, nesses casos, a liberação é interrompida pela saciedade.
“Esse estudo nos dá um entendimento sólido de como o vício ocorre – ele mostra como a dependência é aprendida pelo cérebro.” Tive um paciente que se picava mais de 50 vezes até conseguir injetar a droga, mas dizia que a expectativa do prazer compensava, e muito, o desconforto das picadas. Esse é o aspecto mais impressionante dentro do componente biológico da dependência. Ronaldo Laranjeira – É uma sensação imediata, às vezes fugaz, mas existe uma alteração no sistema de recompensa cerebral.
A atenção do dependente se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso da droga, fazendo com que percam significado todas as outras fontes de prazer. Ronaldo Laranjeira – Acho importante destacar que existe, no cérebro, uma área responsável pelo prazer. O prazer, que sentimos ao comer, fazer sexo ou ao expor o corpo ao calor do sol, é integrado numa área cerebral chamada sistema de recompensa. Esse sistema foi relevante para a sobrevivência da espécie.
O grupo que recebeu cocaína apresentou uma maior formação de espinhas dendríticas, o que indica que mais memórias, relacionadas ao uso da droga, foram formadas. Eles constataram que, apenas duas horas após receber a primeira dose, as cobaias já haviam desenvolvido no cérebro novas estruturas que são ligadas à memória, ao uso de drogas e a mudanças de comportamento. Na criação de um modelo do que acontece com os usuários de droga, as campanhas estão numa fase bastante embrionária, mas acho que estão certas ao afirmar que drogas fazem mal. Ficar só nisso, porém, é passar uma informação de saúde ingênua e pobre.
Isso significa diminuir a capacidade intelectual, muitas vezes, de maneira irreversível. Além disso, quanto mais desconforto a ausência da droga causa, maior o risco de desenvolver dependência. Ainda que os resultados sejam distintos, todas elas utilizam o sistema de recompensa do cérebro – daí a vontade cada vez maior de repetir a dose.
Da mesma forma que nem todos correm igual risco de desenvolver diabetes ou doença cardiovascular, apenas uma minoria dos que usam drogas psicoativas se torna dependente. A suscetibilidade é atribuída à genética e a diferenças na vulnerabilidade. As drogas causadoras de dependência ativam o sistema de recompensa clínica de recuperação de drogas existente no cérebro. Já foi verificado por meio de estudos que 80% das pessoas que são alcoólatras, sofrerão drasticamente com uma doença chamada de Síndrome de Wernicke- Korsakoff. Usar drogas, especialmente de forma contínua, repetitiva e crescente, traz impactos terríveis para o cérebro do usuário.