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Como conversar sobre educação sexual com crianças?

Andreza Marques de Castro Leão, livre-docente em educação sexual e docente do Centro de Pesquisas da Infância e da Adolescência (Cenpe) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Orientações sobre sexualidade devem acontecer em casa e na escola e ajudam na prevenção de abusos sexuais. Ou a educação sexual será tratada na transversalidade das cadeiras?

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Grande parte dos projetos de educação sexual incluem assuntos essenciais no amadurecimento de jovens, como desenvolvimento pessoal, puberdade, anatomia, sexualidade e identidade de gênero. Alguns responsáveis podem ser contrários ao ensino de educação sexual na escola por questões religiosas ou morais. Assim, os gestores Xvideos e professores devem conversar abertamente e explicar a importância do conteúdo. Esse é o local seguro para abordar temas como ISTs, gravidez, prevenção e consentimento.

Ele foi desligado de sua função após a investigação de um processo administrativo disciplinar, aberto contra ele em 2019, ter sido concluída. O Instituto Aurora tem como missão promover e defender a Educação em Direitos Humanos, e nossas ações estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Saiba mais sobre nossa atuação nas áreas de educação plural e igualdade de gênero. O assunto muitas vezes é tratado de maneira superficial, com argumentos vazios, não comprovados e até desonestos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é uma energia que motiva para encontrar amor, contato, ternura e intimidade; integra-se no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ser-se sexual.

O ideal é responder às dúvidas sem gerar repressão ou medo e nem tratar o tema como um tabu. Por exemplo, uma criança de cinco anos pergunta de onde vêm os bebês. Então, o grande segredo para os pais, sempre que eles precisam dar uma resposta, é focar muito na afetividade, caprichar nessas características do afeto, do amor e trazer essa resposta, uma resposta correta, coerente e nunca mentir. As perguntas começam muito cedo, mas vão aumentando a profundidade. Com quatro anos eles já podem perguntar como foram parar na barriga”, conta Nathalie.

“Em Arte, dá para abordar como o corpo feminino tem sido visto ao longo do tempo – um corpo a ser exibido, admirado. Em Língua Portuguesa, tensionando ditos populares da nossa cultura, como ‘prendam suas cabras que meus bodes estão soltos’, e relacionando-os com o machismo e os altos índices de violência contra a mulher”, exemplifica. Ainda de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, quase 85% dos casos de estupro são praticados por familiares ou conhecidos da família, e quase 62% deles acontecem dentro de casa. Os órgãos sexuais e as demais características biológicas, por si só, não são a expressão total da sexualidade de um indivíduo. Além disso, os professores precisam de inteligência emocional e preparação psicológica para poder enfrentar os problemas e desafios desse processo de ensino e aprendizagem.

Por que a educação sexual é tão importante?

O estudo foi feito em conjunto com representantes da OMS em conjunto com o programa The Pleasure Project, que conseguiram achar evidências que apoiam a educação do prazer dentro desses ensinamentos. Conforme crescem, sua sexualidade amadurece e se transforma, sendo essencial que essa fase seja acompanhada com respeito, acolhimento e orientações adequadas. Para isso, eles podem indicar que os programas são garantidos a todos os alunos por estatutos legais, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Além disso, também é recomendado e incentivada pela Unicef e adotado em diversos países pelo mundo. De acordo com um relatório da Unesco, elas sofrem não só com complicações da gravidez, como também têm maior risco de abandono na escola, menos oportunidades de emprego e maior vulnerabilidade à violência. A pesquisa mostra que 18% das gestações no país são de adolescentes.

Segundo Célia, essa é uma forma de aproximar o docente do olhar infantil e prepará-lo para as eventuais dúvidas e desdobramentos que o tema pode trazer. Outro grande entrave para a educação sexual adentrar na sala de aula é a falta de formação dos professores, pois o tema ainda é pouco abordado nos cursos de Pedagogia do país. Dessa forma, a formação continuada não raro se encarrega de oferecer à equipe docente o embasamento teórico e prático sobre a temática.

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A educadora em sexualidade Lena Vilela destaca ainda que é na instituição de ensino que as crianças e adolescentes passam a maior parte do dia e é o local em que ampliam o aprendizado sobre se relacionar com o próximo. “A escola precisa participar dessa educação sobre sexualidade, porque a criança está um bom tempo do dia dela na escola. A sexualidade tem a ver com os relacionamentos da criança, tanto a relação dela com ela mesma como a relação dela com as outras pessoas. Na escola, ela está aprendendo a respeitar o corpo dela e o corpo do outro”, explica Lena. E aí, galera, curtiram nosso bate-papo sobre educação sexual na escola?

Abordar temas como identidade de gênero, orientação sexual, consentimento e respeito às diferenças. Incluir esses assuntos na discussão sobre educação sexual é uma maneira de promover a empatia e combater a discriminação e o preconceito. A educação sexual nas escolas é um tema que deve ser tratado com seriedade e responsabilidade, pois é uma das principais ferramentas no combate e prevenção ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. “Tem-se artigos, livros, capítulos de livros, entre outros veiculados de informação que podem os subsidiar neste sentido.

Muitas vezes, por falta de conhecimento, os jovens procuram respostas para suas dúvidas com amigos, na internet e até na televisão. Você aprendia somente nos livros de ciências ou a sala era dividida entre meninos e meninas para assistir aqueles vídeos antigos com poucas informações? Hoje, esse conteúdo ganhou espaço nas escolas com muito mais responsabilidade. A educação sexual vai ajudar que consigamos compreender melhor o nosso corpo, bem como as nossas emoções, a termos uma melhor vida sexual, a tomarmos decisões mais responsáveis e a prevenirmos riscos. Na educação sexual devem ser abordadas diferentes dimensões da sexualidade, que é experienciada em pensamentos, crenças, atitudes, comportamentos, valores, práticas, relacionamentos e papéis.

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Segundo a professora doutora Vilena Silva, que leciona biologia e meio ambiente, a escola pode ser uma rede de proteção e de ajuda das crianças. “É importante tratar esse tema na escola, porque a maior parte dos abusos sexuais que ocorrem em nosso país são praticados por entes da própria família. Dessa forma, na escola a criança pode entender o que está acontecendo, aprender a se proteger, além de ser um canal seguro para denunciar o abuso”, pontua.

O assunto educação sexual nas escolas vem sendo discutido com mais frequência nos últimos anos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi publicada em 1996 e não define parâmetros para a educação sexual. O Ministério da Educação ainda afirma que as redes estaduais e municipais têm autonomia para definir quais e como os temas devem ser apresentados aos estudantes. A repórter Mayara Teixeira conheceu o trabalho da Casa do Adolescente, em São Paulo, criada em 1991. A Casa funciona como um laboratório de novas políticas de saúde para os jovens paulistas. O local oferece oficinas para jovens com diversos assuntos que abordam desde nutrição até a educação sexual.

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